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Galeria Raquel Arnaud celebra 50 anos de história com exposição panorâmica

Publicado por Victoria Louise em 01/03/2024
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A longevidade de um projeto depende da sua capacidade de se atualizar sem perder sua essência. Comemoram-se neste momento as cinco décadas da presença de Raquel Arnaud no mercado de arte, com uma exposição que compartilha destaques da trajetória da galeria junto a artistas de várias gerações. “Galeria Raquel Arnaud – 50 anos” é uma curadoria de Jacopo Crivelli Visconti e atesta o vigor da galerista em valorizar a arte contemporânea, especialmente suas vertentes abstratas e geométricas. 

A galeria

Criada em 1973 com o nome “Gabinete de Arte”, o projeto comercial de Raquel Arnaud passou por diversas sedes em São Paulo até chegar na atual Rua Fidalga, na Vila Madalena. Desde suas passagens pelas avenidas Nove de Julho, Brigadeiro Luís Antônio e na Rua Artur de Azevedo, a galeria esteve instalada em projetos arquitetônicos de referências como Lina Bo Bardi, Ruy Ohtake e Felippe Crescenti. 

Gabinete de arte Raquel Arnaud, na Av. Nove de Julho – SP, 1980 (adaptado por Lina Bo Bardi) / divulgação

Antes de abrir seu negócio, Arnaud havia trabalhado no MASP no final da década de 1960 e estagiou na galeria Collectio. A marchand também trabalhou com a galeria Arte Global, da Rede Globo, desenvolvendo um trabalho que ligou as artes visuais com a publicidade na rede televisiva. 

Meio século de arte 

A exposição comemorativa em cartaz na galeria apresenta uma linha do tempo com momentos marcantes para a história da galeria. Catálogos, convites, livros e documentos diversos podem ser vistos pela primeira vez pelo público. A expografia conta com mais de 40 obras que compõem um projeto em transformação: ao longo da exposição, haverá uma alternância das obras de artistas que, ao longo dos anos, fizeram parte dessa história. 

Em cinco décadas de trabalho enquanto galerista, Raquel Arnaud representou nomes definitivos para a arte brasileira, acompanhando os diversos desdobramentos do campo abstrato. Desde meados do século XX, a arte abstrata geométrica foi centro de grandes debates à medida em que adentrava espaços institucionais e comerciais no Brasil. 

Raquel Arnaud, Sergio Camargo e sua equipe de trabalho em Massa, Itália, 1990 / divulgação

Engajando artistas de vertentes abstratas no Brasil desde seus primeiros anos de atuação, a marchand sempre manteve o tom da galeria, reunindo produções de peso no cenário nacional como Sérgio Camargo, Hércules Barsotti, Sérvulo Esmeraldo e Mira Schendel. 

Arnaud lembra que o premiado gravurista paulistano Arthur Luiz Piza foi o primeiro artista a realizar uma individual em sua galeria, construindo uma parceria que durou até o final da vista do artista em 2017. Piza conquistou grande destaque com uma vasta produção abstrata, sendo premiado em duas edições da Bienal de São Paulo, em 1953 e 1959. 

Willys de Castro, exposição Gabinete de Arte, 1983 / divulgação

Lygia Clark e Willys de Castro, expoentes do Movimento Neoconcreto, fazem parte também da história da galeria. Em um dos mais importantes movimentos da arte contemporânea brasileira, os neoconcretos subverteram uma série de paradigmas da arte concreta, explorando o campo da cor, os movimentos, a espacialidade e a relação do público com a obra. Em 1986, Castro realizou na Galeria Raquel Arnaud sua última individual, mesmo período em que Clark participou de sua última coletiva na galeria. 

Houve também espaço para produções com teor crítico e político com respostas ao período da ditadura militar, como os trabalhos de Carmela Gross e Anna Maria Maiolino. Por sua contribuição ao universo das artes visuais, Maiolina será homenageada na próxima edição da Bienal de Veneza, recebendo o Leão de Ouro honorário. 

Raquel Arnaud e Jesus Soto de Caracas, 1987 /divulgação

Outras vertentes encontraram na galeria um espaço de valorização e visibilidade. Compreendendo as possibilidades de diálogo entre produções diversas, Arnaud já realizou exposições de nomes como Regina Silveira, Lygia Pape e Vik Muniz. Destaques da arte cinética como Almandrade, Jesús Rafael Soto e Carlos Cruz-Diez também figuram entre os nomes presentes na história da galeria.  

Legado e pesquisa

Em 1997, Arnaud fundou o Instituto de Arte Contemporânea (IAC), com o intuito de catalogar obras de artistas de vertentes abstratas, como os já mencionados. O instituto é conhecido por sua contribuição ao campo da pesquisa, possuindo programas de residência para artistas, educadores e diversos tipos de pesquisadores. 

Há alguns anos Raquel Arnaud integra o escopo de galerias que expõem na Artsoul, mais relevante marketplace de arte contemporânea no Brasil, em um movimento mundial de atenção à comercialização de obras de arte na esfera virtual. 

Em artigo recente de Bárbara Blum para a Folha de São Paulo, Arnaud figura entre as mais influentes em um mercado de arte dominado por mulheres. Por seu pioneirismo, a galerista influencia as novas gerações do mercado, enquanto mantém um trabalho ativo. 

A presença de Raquel Arnaud no mercado de arte é, mais do que longeva e pioneira, indiscutivelmente relevante. A coerência de suas representações e o olhar para o diálogo com produções diversas, atestam a qualidade de um trabalho que é referência para galerias que surgiram nos últimos anos. 

Diogo Barros é curador, arte educador e crítico, formado em História da Arte, Crítica e Curadoria pela PUC SP.

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