Quando o assunto é design de interiores, pode-se dizer que cada detalhe conta. A atmosfera de um ambiente é o resultado da combinação de diversos elementos decorativos, desde a cor das paredes, até o tecido das almofadas, dos sofás e poltronas. Nesse ponto, a iluminação desempenha um papel fundamental. É ela quem determina – no conjunto da obra – se um cômodo é mais ou menos aconchegante, sofisticado ou funcional.
À medida em que a tecnologia avança, novas opções de lustres, abajures e arandelas aparecem no mercado, permitindo uma variedade de estilos e aplicações. Essas peças podem enfatizar as características arquitetônicas de um espaço, criar zonas de conforto ou até afetar o humor de seus visitantes. Uma iluminação intensa, por exemplo, pode energizar uma sala, enquanto uma luz suave e difusa tende a torná-la mais acolhedora. Assim, a seleção das luminárias e a temperatura das lâmpadas impactam diretamente na percepção do local.
Para escolher corretamente, é preciso entender, antes de tudo, qual uso terá a iluminação. A ideia é clarear todo o ambiente ou destacar pontos específicos da decoração, como mesas de jantar e cabeceiras? A luz que se deseja é frontal ou de apoio? Para cada caso, a união entre estética e funcionalidade é a chave.
Conheça, a seguir, uma seleção de luminárias do catálogo da Artsoul, que combina inovação, estilo e praticidade.
As luminárias da designer Luiza de Biasi são produtos 100% artesanais. Com este formato lúdico de cogumelos, as abas largas e arredondadas proporcionam uma iluminação difusa, que leva aos ambientes aconchego e alegria. Por serem produzidas manualmente, elas têm pequenas variações de formato, cor e acabamento, o que as torna ainda mais únicas. Suas bases são feitas em madeira maciça (imbuia, freijó ou marfim), e as cúpulas são de alumínio ou latão envernizado, pintadas com tinta eletrostática em pó. Estão disponíveis também em cores como verde, dourado, preto e coral.
A arandela e o vaso “meio tijolo”, do estúdio Pedro Luna, trazem consigo uma proposta completamente inovadora. Elas ressignificam os tijolos, objetos do cotidiano cuja materialidade tem finalidade prática, transformando-os em luminárias e, ao mesmo tempo, suportes para plantas. Integrando a série “linha terra”, são peças concebidas por chapas de aço carbono e cerâmica – materiais orgânicos que se originam abaixo do solo.
Além da estrutura luminosa, as obras têm tubos de vidro removíveis para serem usados como cachepôs de plantas secas ou com água. A arandela, por ser fixada na parede, pode integrar ambientes de diferentes alturas, com o pé-direito mais ou menos alto, e funciona como uma luz de apoio.
Ainda com uma pegada bastante tecnológica, as luminárias do Studio Anna Machado tem como objetivo “materializar o inconsciente para tocar o impalpável”. Produzidas em impressão 3D com PLA, um material feito a partir da fermentação de vegetais ricos em amido (uma fonte renovável), as peças possuem base em alumínio, pintura eletrostática, fio encapado com tecido e lâmpadas dicroicas LED. Sua lâmpada consome menos energia e possui uma vida útil significativamente maior do que as tradicionais, reduzindo o impacto ambiental.
É uma coleção inspirada no pintor francês Henry Matisse, que no final de sua vida desenvolveu trabalhos de recorte e colagem que exploravam formas orgânicas. Para o estúdio de design, a tridimensionalização dos recortes sugere novas perspectivas sobre as sombras e formas, fazendo com que olhemos com mais atenção para as obras, sentindo vontade de tocá-las.
As luminárias inspiradas em Matisse têm duas versões: uma de piso e outra pendente. A primeira, por ser portátil, permite montar diferentes cenários dentro de casa, transportando o lustre de um cômodo para o outro. Além disso, pode ser a iluminação principal em um espaço grande, sem precisar de luzes no teto. A segunda, por sua vez, é ideal para mesas de jantar, cozinhas, lavabos e quartos, ou seja, áreas onde a fonte de luz direta e o espaço livre são importantes.
O Candelabro Bauhaus apresenta uma outra proposta, desta vez mais ligada ao minimalismo e à geometria. Como o próprio nome sugere, ele tem como inspiração a Bauhaus, uma escola de arte, design e arquitetura fundada na Alemanha, em 1919, cujo principal objetivo era unir arte e indústria. As linhas retas e as formas simples do candelabro remetem justamente a essa busca por funcionalidade e beleza, evitando excessos ornamentais. Essa abordagem resulta em um design elegante e atemporal, fácil de integrar diversos ambientes.
A Luminária Totem, de Regina Misk, é uma peça que se destaca tanto pelo formato escultural, quanto pelo uso de materiais pouco convencionais. Com uma base de metal e pintura eletrostática, ela mistura madeira, pedra sabão e crochês manuais, remetendo a imagem de um “gravuty-glue”, isto é, pedras empilhadas umas às outras em equilíbrio, montando formas esculturais. Neste trabalho, não apenas a madeira e o crochê trazem um toque de calor à obra, mas também seu caráter curvo e tátil.
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