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Escultura: principais técnicas e artistas emblemáticos na história

Publicado por Victoria Louise em 18/01/2022
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  • história da arte
  • obra de arte
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A escultura é uma das linguagens artísticas mais antigas, tendo sido desenvolvida em diversos contextos e regiões do mundo. Seja com finalidades religiosas ou prioritariamente estéticas, a arte da tridimensionalidade sempre proporcionou relações particulares entre o espectador e objeto presente no espaço – público ou privado. 

O que liga todas as técnicas de escultura dentro de uma linguagem comum é justamente a formulação de um objeto – ou um conjunto de objetos – constituído por três dimensões: altura, largura e comprimento. Evidentemente, outras linguagens artísticas se baseiam no objeto, mas a escultura pode ser considerada o próprio estudo da tridimensionalidade na arte. 

Existem muitas formas de se escrever uma história da escultura na arte. As esculturas egípcias, por exemplo, são apontadas como um ponto de partida para os escultores gregos antigos, que viriam a inspirar os renascentistas em um momento em que a arte tridimensional alcançaria grande popularidade. Ao invés de traçar uma linha cronológica, pode ser mais interessante conhecer alguns exemplos dessa linguagem através de suas técnicas. 


Akhenaton, do templo de Aton, Karnak, Egito, Dinastia XVIII, cerca de 1353-1335 AC. Museu Egípcio, Cairo. 

Técnicas da escultura

Entalhar, cinzelar, modelar, fundir e construir. Essas são diferentes técnicas utilizadas na produção de esculturas – sendo que uma ou mais dessas podem ser trabalhadas em uma peça ou conjunto.  

A técnica de entalhe consiste na remoção de matéria de um material bruto, utilizando ferramentas de corte e raspagem, como ocorre com a madeira, por exemplo. No Brasil, podemos lembrar do mestre Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa) – um dos maiores artistas do período colonial – que produziu uma série de esculturas em madeira policromada, coberta por gesso depois do entalhe. 

Aleijadinho. Colocação na Cruz, 1796. Foto: Sérgio Guerini. Reprodução: Enciclopédia Itaú Cultural. 

O processo de remoção de matéria ocorre de forma semelhante com a técnica de cinzelação, mas em materiais mais duros como o mármore e outras pedras. É no mármore, inclusive, que uma das esculturas mais famosas da história foi feita: o Davi de Michelangelo, um dos maiores nomes da arte renascentista italiana. 

A riqueza de detalhes anatômicos impressos pelo mestre renascentista na pedra chamam atenção até hoje, como as veias que saltam na mão do herói esculpido. A capacidade de expressar detalhes tão sofisticados em um material tão resistente é uma das marcas deste artista e de outros no Renascimento, como Donatello, por exemplo. 

Michelangelo. Davi, 1501-04. Reprodução: Estadão. 

Ainda sobre a arte escultórica européia, não podemos esquecer de nomes como Gian Lorenzo Bernini, grande representante da escultura barroca e responsável por uma das esculturas mais conhecidas da história, O êxtase de Santa Tereza, uma obra carregada de emoções materializadas com muitos detalhes no mármore. 

A modelagem, por outro lado, parte de um processo de adição de matéria, ao contrário do entalhe, sendo feita com materiais macios e maleáveis, como a argila e a cera. Encontramos muitos exemplos de modelagem em produções indígenas, que possuem tradição com técnicas de cerâmica, entre outras. 

Cerâmicas indígenas em exposição na Biblioteca Brasiliana da USP em 2017. Foto: Marcos Santos/USP Imagens. 

Já a técnica de fundição é baseada na criação de um molde que será preenchido com algum material líquido, para depois ser solidificado, resultando em uma escultura. O que diferencia a fundição é a possibilidade da recriação de uma peça várias vezes através do mesmo molde. Metais como cobre e bronze são muito usados nessa técnica que possui exemplares famosos de escultores como francês Auguste Rodin, considerado o precursor da escultura moderna. 

Foi feita em bronze por Rodin, por exemplo, sua obra mais famosa: O Pensador. A figura do homem em posição de reflexão foi projetada em 1880 para estar no alto da Porta do Inferno, um grande portal escultórico feito por Rodin para o Museu de Artes Decorativas de Paris. Essa e outras partes do portal ganharam reproduções individuais posteriormente, popularizando-as ainda mais. 

Auguste Rodin. O Pensador, 1902.

A figura humana na escultura

A figura humana sempre teve protagonismo na arte, especialmente como base para representação de deuses e heróis, como vimos nas obras de Michelangelo e Rodin. Uma das esculturas mais antigas e conhecidas é justamente uma figura feminina, a Vênus de Willendorf, uma peça datada de cerca de 29.500 a.C. do período Paleolítico, que foi encontrada em 1908 em uma escavação do Naturhistorisches Museum (Museu de História Natural) de Viena. 

Vênus de Willendorf, cerca de 29.500 a.C. Naturhistoriches Museum. Reprodução: Artrianon. 

As produções do século XX trouxeram à escultura uma centralidade em preocupações mais formais, ou seja, um foco às questões da forma constituinte na escultura. Artistas como o suíço Alberto Giacometti e o romeno Constantin Brancusi são referências na escultura modernista, percebendo a imagem humana com poéticas e formas particulares. No Brasil, artistas como Maria Martins e Victor Brecheret tiveram destaque com suas esculturas em diferentes aspectos do modernismo. 

Além de uma nova atenção para as formas, já desprendidas de uma representação fiel da vida, os escultores passaram a experimentar os movimentos, as sombras e outros elementos em suas peças. Alexander Calder é um dos maiores nomes da arte cinética, tendo explorado as condições espaciais para a ativação de esculturas móveis. 

Alexander Calder. Mobile c.1932. Reprodução: Tate. 

As experimentações com novos materiais na arte contemporânea popularizaram as técnicas de construção na escultura. Nestas, materiais usuais como metal, madeira, vidro, e outros não convencionais como tecido e plástico foram incorporados em construções escultóricas, produzidas através de técnicas como dobra, solda, colagem, amarração e outras. 

Tunga. SEM TÍTULO, DA SÉRIE GARRAFAS, 1999. Reprodução: Tunga Oficial. 

Artistas contemporâneos como Tomie Ohtake, Tunga e Ernesto Neto – para citar alguns dos mais emblemáticos -, produziram obras que marcaram a linguagem tridimensional no Brasil com uma pluralidade de ideias. A vasta obra de Tunga, por exemplo, é originada por investigações que o artista fazia a partir da relação entre diferentes materiais e suas propriedades físicas, poéticas, estéticas, históricas, entre outras. Essas produções demonstram como o universo da escultura se tornou cada vez mais complexo e elaborado, reverberando ainda mais as questões da presença do objeto e seus apelos sensoriais. 

Diogo Barros é curador, arte educador e crítico, formado em História da Arte, Crítica e Curadoria pela PUC SP.


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