Reconhecido como um dos 100 mais influentes do mundo da arte pela ArtReview na última semana, o curador Adriano Pedrosa, atual diretor artístico do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), foi nomeado nesta quinta-feira pelo Conselho da Biennale di Venezia como Diretor do Setor de Artes Visuais, responsável pela curadoria da 60ª edição, prevista para 2024. A escolha torna Adriano Pedrosa o primeiro latino-americano a ocupar este cargo.
O curador é reconhecido não apenas por sua longa trajetória no setor cultural, mas principalmente pela recente atuação no MASP. A instituição tem apresentado um olhar agudo sobre a produção contemporânea e os diálogos possíveis entre a arte e a formação social do país através do ciclo de exposições dedicadas a diferentes Histórias: Histórias da infância (2016), Histórias da sexualidade (2017), Histórias Afro-atlânticas (2018), Histórias das mulheres, histórias feministas (2019), Histórias da dança (2020) e Histórias brasileiras (2022).
Recentemente, recebeu o prêmio Audrey Irmas Award for Curatorial Excellence de 2023, concedido pelo Center for Curatorial Studies at Bard College, em Nova York. O prêmio seleciona contribuições significativas para o setor cultural.
Segundo Roberto Cicutto, presidente a bienal italiana, Pedrosa
“é conhecido pela competência e originalidade que tem demonstrado na concepção de suas exposições, com uma visão aberta para o contemporâneo, e trabalhando a partir de um ponto de observação que não desconsidera a natureza de seu local de origem.”
Pedrosa destaca ser o primeiro latino-americano a ocupar este espaço,
“Eu me sinto honrado por esta indicação prestigiosa, especialmente por ser o primeiro latino-americano a realizar a curadoria da Exposição Internacional de Arte da La Biennale di Venezia, e, de fato, o primeiro baseado no hemisfério sul. A Biennale é com certeza a plataforma mais importante da arte contemporânea no mundo, e embarcar neste projeto é um desafio estimulante e uma grande responsabilidade.“
A mostra já tem data de realização definida e acontecerá entre 20 de abril e 24 de novembro de 2024, com pré-abertura nos dias 17, 18 e 19 de abril).
Fundada em 1985, a Biennale di Venezia é a bienal mais antiga do mundo e atualmente organiza exposições e pesquisas em todos os seus departamentos: Artes (1895), Arquitetura (1980), Cinema (1932), Dança (1999), Música (1930), e Teatro (1934).
Em 2022, a 59ª edição foi denominada “The milk of dreams”, com curadoria geral de Cecília Alemani, inspirada no livro homônimo da artista surrealista Leonora Carrington (1917-2011). A mostra encerrou no dia 27 de novembro e contou com a participação de Jonathas de Andrade no pavilhão do Brasil.
Victoria Louise é jornalista, formada em Crítica e Curadoria da Arte e Gestão Cultural pela PUC-SP.
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