Com o patrocínio da multinacional holandesa AkzoNobel, fabricante de tintas e revestimentos, o MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand irá restaurar as três obras do pintor holandês Frans Hals pertencentes a seu acervo. Os trabalhos são datados da década de 1630 e foram adquiridos pelo museu em 1951.
Segundo Sofia Hennen, responsável pela área de conservação e restauro do MASP, “as obras formam um conjunto de importante valor patrimonial, histórico e artístico. Hoje, elas apresentam alguns problemas causados por processos de restauro antigos. É possível observar repintes e vernizes antigos oxidados e escurecidos que comprometem o aspecto das obras”. Portanto, será feito um tratamento principalmente estético para melhorar a apreciação das obras e deixá-las mais próximas à intenção original do artista.
O projeto é realizado em parceria com o Museu Frans Hals, da Holanda, e com duas instituições brasileiras: o Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP) e o Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ). E será acompanhado por um comitê científico internacional, composto por especialistas de diferentes museus, que terá por missão discutir os tratamentos propostos e aconselhar a equipe durante o processo.
A conservadora-restauradora holandesa Liesbeth Abraham, do Museu Frans Hals, também acompanhará o projeto, contribuindo com seu conhecimento sobre a técnica pictórica do artista e sobre os problemas de conservação da obra. Além disso, vai ajudar a determinar o tratamento de conservação e restauro mais adequado.
O holandês Frans Hals, reconhecido pela pintura de retratos e de gênero, é um dos expoentes do chamado Século de Ouro dos Países Baixos. Ele retratou principalmente a burguesia holandesa, em especial os cidadãos de Haarlem, cidade onde morava. Um dos cenários mais comuns para os retratos eram os casamentos, como é o caso de duas pinturas que pertencem ao acervo do MASP:
“Maria Pietersdochter Olycan” e “O Capitão Andries van Hoorn”, casal de influentes burgueses de Haarlem. Hals também pintava com frequência membros da guarda civil, e o terceiro retrato do acervo do MASP, intitulado “Oficial sentado”, provavelmente pertence a esse grupo.
O projeto patrocinado pela AkzoNobel tem como objetivo pesquisar a técnica e a história material dessas obras. Com base nisso, será possível realizar um tratamento bem fundamentado histórica e cientificamente. O comportamento ao longo do tempo dos materiais é importante na conservação e restauro. Por isso, existe um grande interesse da parte dos conservadores no desenvolvimento tecnológico das tintas.
“Como especialistas em tintas e revestimentos desde 1792, sabemos a importância da fidelidade de cor na pintura artística, e também à nossa volta. Estamos sempre inovando em produtos e técnicas de aplicação para gerar resultados consistentemente precisos e duradouros, de forma mais sustentável. Por isso, estamos muito contentes em participar desse projeto no Brasil”, comenta Daniel Geiger Campos, presidente da AkzoNobel América do Sul.
E essa não é a primeira incursão da empresa nesse tipo de iniciativa. A AkzoNobel é parceira, por exemplo, do estúdio de restauração do Museu Van Gogh desde 2013. Também colabora com o Rijksmuseum desde 2010. A empresa forneceu ao museu holandês aproximadamente 8 mil litros de tinta ao longo de sua reforma de dez anos e, atualmente, é a sua principal parceira na chamada Operação Night Watch, o maior e mais abrangente projeto de pesquisa e restauração da história da famosa obra The Night Watch (1642), de Rembrandt.
O projeto de conservação e restauro das três obras de Frans Hals está sendo feito em três fases. A primeira inclui análises científicas que ajudarão a estudar as obras em termos materiais. Procedimentos como a radiografia e a reflectografia no infravermelho, realizadas pelo Instituto de Física da USP, permitem revelar características importantes das pinturas, muitas vezes invisíveis a olho nu, como o desenho preparatório e as modificações durante a realização das obras.
Já a macro varredura por fluorescência de raios-x, realizada pelo Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), permite escanear toda a superfície da obra e identificá-la ponto a ponto. Essa técnica revela os componentes da pintura e ajuda a compreender a técnica pictórica, além de indicar retoques e repintes realizados ao longo do tempo.
O conjunto das análises irá apontar elementos interessantes sobre a técnica de Frans Hals e, também, possibilitará a realização, na segunda fase, de um diagnóstico detalhado, fundamental para a elaboração de uma proposta de tratamento adequada. A terceira fase consiste, por fim, em realizar os tratamentos de conservação e restauro das obras junto à conservadora-restauradora do Museu Frans Hals, Liesbeth Abraham.
De acordo com o cronograma de trabalho, o projeto deve ser concluído em setembro de 2022.
Fornecemos tintas e revestimentos inovadores que nossos clientes e comunidades demandam cada vez mais, e o fazemos com cada vez menos impacto no meio ambiente. Tudo o que fazemos é para maximizar o potencial de Pessoas. Planeta. Pintura. Nosso portfólio de marcas de classe mundial – como Coral, International, Sikkens e Interpon – têm a confiança de clientes em todo o mundo. Atuamos em mais de 150 países e buscamos nos tornar líderes globais da indústria, servindo diversos setores. É o que você esperaria de uma empresa de tintas pioneira desde 1792, comprometida em levar cor às vidas das pessoas e com metas climáticas baseadas na ciência, tomando medidas genuínas para enfrentar os desafios globais relevantes e proteger as futuras gerações.
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1 Comment
A restauração e conservação de obras em óleo, principalmente do Renascimento são muito difíceis de fazer, pois a matéria prima é diversa de hoje e as tintas realizadas pelos próprios artistas. Tentar interferir o menos possível e ainda deixar a obra parecida com a inicialmente realizada pelo artista é um trabalho de técnica muito difícil e bem elaborada. Precisamos investir mais nesses profissionais. Estão de parabéns!