Os avanços tecnológicos têm se tornado grandes aliados de museus e instituições culturais brasileiras. Ferramentas são criadas para a ampliação da experiência de visitantes, como o desenvolvimento de plataformas com acervos digitais, ou mesmo o mapeamento dos espaços expositivos para a disponibilização de visitas virtuais.
Pesquisas apontam que o público de museus brasileiros cresce cada vez mais, batendo recordes de visitação em 2019. Esse contexto pede que um novo público, ainda em formação, disponha de outros meios de acesso às instituições, para além do espaço físico.
Com o intuito de ampliar o acesso a seus acervos, instituições como Pinacoteca de São Paulo, MAB FAAP e Museu da Imagem e do Som de São Paulo, criaram sites pelos quais é possível visualizar obras das mais variadas mídias. Esse tipo de catalogação e apresentação virtual é essencial pelo fato de que, normalmente, os acervos dessas instituições são muito maiores do que pode ser apresentado em cada exposição, ou seja, a maior parte das obras está sempre guardada.
Plataformas como Era Virtual, por exemplo, mapeiam importantes museus e patrimônios de todo o país, permitindo que estes espaços sejam descobertos e compartilhados sem que o visitante precise se deslocar, e de forma gratuita. Essas ferramentas também servem como uma prévia do que será visto caso o espectador possa visitar estes locais pessoalmente.
O Museu da Pessoa, sediado em São Paulo e criado no início dos anos 1990, é pioneiro na categoria, sendo um dos primeiros museus virtuais do mundo. Neste acervo você pode contribuir contando sua história e conhecer muitas outras, e ainda criar suas próprias coleções, realizando assim um exercício de curadoria.
A Enciclopédia do Itaú Cultural é um importante dispositivo para consulta e pesquisa em artes, na qual é possível buscar tanto por artistas, momentos da história da arte, tipos de mídias, etc. Já a Plataforma VB da Videobrasil, e a MaPA do Paço das Artes, são sistemas que reúnem trabalhos já apresentados em suas exposições ao longo de décadas. A Plataforma VB ainda conta com um sistema em rede interligada, possibilitando ao público pesquisar através de palavras-chave, ligando por temas uma série de trabalhos e artistas.
Existem também iniciativas focadas em produções especialmente pensadas para a internet, como faz o aarea, que comissiona e apresenta periodicamente novos trabalhos de arte contemporânea, que podem ser acompanhados pelo site e instagram da rede.
Além de instituições nacionais, também é possível visitar virtualmente coleções do mundo todo. A ferramenta mais completa é a Arts & Culture, do Google. Nela, acervos contam com obras dos artistas mais famosos da história como, por exemplo, Van Gogh no Museu de Orsay da França, Claude Monet nos Museus de Arte de Harvard, e Frida Kahlo no museu mexicano que leva seu nome. O MASP, um dos mais importantes museus brasileiros, também apresenta seu acervo nesta ferramenta.
Todo este conteúdo oferecido mostra como estas iniciativas são potentes já que, apesar do crescimento de público em instituições culturais, a maioria dos espaços que constam nas pesquisas de público se situa em áreas centrais do país, e os números mostram como a grande maioria da população ainda não acessa esse tipo de espaço. Na medida em que se busca diminuir o impacto do distanciamento geográfico, assim como a dificuldade de acesso para áreas vulneráveis, o próximo desafio das instituições será tornar estas visitas cada vez mais interativas, saindo do campo da contemplação, e criando experiências mais enriquecedoras.
Confira abaixo a lista com os sites citados no texto e muitos outros para realizar visitas virtuais:
Entre os museus mapeados estão: Museu de Artes e Ofícios, Museu Casa Guignard, Museu da Inconfidência, Museu do Universo – Planetário, Museu de Arte Sacra, Museu Imperial, Museu da Memória Republicana.
Além de museus, o Era Virtual oferece visitas a exposições temporárias e patrimônios culturais (Exemplos: Ouro Preto e Igreja da Pampulha).
Museu da Arte Moderna de São Paulo (MAM)
Museu da Imagem e do Som (MIS)
Museu Virtual de Brasília (Visita virtual pela cidade)
Pinacoteca de São Paulo – Acervo / Arquivo digital
Diogo Barros é curador, arte educador e crítico, formado em História da Arte, Crítica e Curadoria pela PUC SP.
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