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Arte têxtil contemporânea

Publicado por Artsoul em 30/06/2020
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Arte têxtil contemporânea
Tapeçaria Vermelha/Verde. (1927/1928). (técnica Gobelin, Algodão, Seda, Linho) 150×110 cm. Arquivo Bauhaus, Berlin. (Foto: Divulgação)

O universo das obras têxteis é amplo e diverso. Se historicamente as técnicas de tapeçaria, bordado e costura são associadas ao fazer artesanal feminino, e ao espaço doméstico – a arte têxtil contemporânea têm atribuído outros sentidos a estes processos e materiais. A produção têxtil atual deve muito às experimentações pioneiras realizadas no ateliê de tecelagem da Bauhaus, Escola de Arte criada em 1919, pelo arquiteto Walter Groupius. Informados pela noção moderna de design, os conhecidos trabalhos têxteis de Gunta Stölzl, Anni Albers, Otti Berger e Margarete Köhler destinavam-se não apenas ao espaço doméstico, mas à indústria, alcançando grande sucesso comercial. A liberdade criativa que caracterizou o ateliê de tecelagem da Bauhaus, resulta em tapeçarias que exploram novas técnicas, padrões abstratos, cores e pigmentos.

Expandindo as experiências pioneiras do modernismo, obras têxteis contemporâneas propõem diálogos com outras linguagens e suportes. Os interesses que disparam trabalhos recentes que utilizam linhas, agulhas, tecidos, ou recorrem a técnicas têxteis, são diversos. Propostas das artistas visuais Adrianna eu, Edith Derdyk e Joana Vasconcelos, permitem conhecer um pouco mais o universo multifacetado da arte têxtil contemporânea. Uma produção que já não está restrita ao espaço da casa, ou a fins decorativos, funcionais. Trabalhos que ocupam galerias e museus de arte, explorando sentidos plásticos e poéticos inesperados.

Arte têxtil contemporânea

Adrianna eu. Está escrito. 2019 (Foto: Divulgação Galeria Luciana Caravello)

Adrianna eu (1972, Rio de Janeiro), adota este nome, considerando ele uma primeira provocação, que se relaciona intimamente, à suas propostas em arte têxtil. Em suas obras, linhas, carretéis, botões de madrepérola e tesouras sugerem relações entre o eu e o outro. Refletem, tal como a escolha de seu nome, uma aproximação poética de questões como identidade, alteridade e pertencimento. O uso recorrente de linhas de costura vermelhas, revela também uma reflexão em torno dos vínculos afetivos entre as pessoas, segundo a artista visual: “esse desejo, a vontade de afetar e ser afetado pelo mundo”.


Adrianna eu. As amarras. 2017 (Foto: Divulgação Galeria Luciana Caravello)

A artista visual utiliza em seus trabalhos materiais identificados ao universo da costura e da moda, mas também elementos distantes dele, como anzóis, gaiolas, pentes, espelhos e redomas de vidro. Desviando estes elementos de suas funções originais, propõe objetos escultóricos e também instalações, marcadas por um uso orgânico da linha, aspecto visível em obras como “A costura do erro” (2019), composta por seis milhões de metros de linhas vermelhas. Sua produção também está interessada em pensar a construção dos papéis de gênero, dentro do universo da costura. Utilizando a camisa social como suporte, Adrianna eu, reflete sobre como estas convenções se expressam nas roupas que usamos e no cotidiano.

Arte têxtil contemporânea

Adrianna eu. A costura do erro. 2019. (Foto: Divulgação Galeria Luciana Caravello)
Exposição “Costura-se para dentro”.
Arte têxtil contemporânea

Edith Derdyk, Sopro. 2020 (Foto: Divulgação Galeria ARTE / FORMATTO).

Edith Derdyk (1955, São Paulo) tem realizado exposições individuais e coletivas desde 1981, no Brasil e fora do país. Parte expressiva de seus trabalhos utilizam como suporte tramas e linhas têxteis. Suas investigações partem do desenho. Ao experimentar esta linguagem, propõe uma reflexão sobre a natureza da linha. Segundo a artista visual, o desenho é o campo de partida e de chegada de seus trabalhos, um núcleo poético que organiza seus interesses.


Edith Derdyk, Enredo. 2020 (Foto: Divulgação Galeria ARTE / FORMATTO).

Suas propostas mais recentes estão ligadas aos percursos da linha no espaço. Nelas, passa a compreender os movimentos de ir e vir do corpo, de modo equivalente aos gestos de idas e vindas que a mão e a ponta do lápis realizam no papel. As instalações propostas por Edith Derdyk, concedem visibilidade ao espaço tridimensional. Utilizando milhares de metros de linha, alguns destes trabalhos preveem a suspensão de materiais, demonstrando a força de sustentação possibilitada pelo uso construtivo que faz da linha.


Joana Vasconcelos, Material Girl. 2015. (Foto: Divulgação)

No campo da produção contemporânea em arte têxtil, a trajetória da artista Joana Vasconcelos (Paris, 1971) tem grande destaque internacional. A artista visual vive e trabalha em Lisboa, Portugal. Sua produção é diversificada e extensa, apresentando desde trabalhos mínimos, até suntuosas e vibrantes instalações têxteis, que já ocuparam galerias de importantes espaços museológicos, em diversos países do mundo. Com humor e ironia, alguns de seus trabalhos realizam perspicazes comentários, diante de temas contemporâneos como a globalização, a guerra, o feminismo e a desigualdade. Suas esculturas e instalações também recorrem a materiais industriais, ready mades, acrescentado a eles múltiplos processos têxteis artesanais. Em outras obras, explora suportes como molduras, espelhos do século XVII, propondo “pinturas em croché”, que saltam do plano bi-dimensional.


Joana Vasconcelos, Art Déco. 2015. (Foto: Divulgação).

A trajetória de Joana Vasconcelos ganha destaque, ao ser a primeira artista contemporânea a ter uma obra de sua autoria exibida no Palácio de Versalhes: “A Noiva” (2001), um gigantesco lustre, composto por milhões de absorventes internos.  Seus trabalhos dialogam com a Pop Art, permanecendo, no entanto, intimamente ligados à cultura e à arte portuguesa. Aspecto revelado em trabalhos recentes que recorrem a minuciosas técnicas têxteis, em croché, tradicionais na região dos Açores.





  • Joana Vasconcelos, O Bandeirante. 2015.(Foto: Divulgação).
  • Joana Vasconcelos, Gary. 2015. (Foto: Divulgação).
Joana Vasconcelos, Valkyrie Octopus. 2015. MGM Macau, China.
(Foto: Divulgação Casa Triângulo).

Anna Luísa Veliago Costa é Mestre pelo Programa de Pós-graduação Interunidades em Estética e História da Arte da Universidade de São Paulo, é graduada em História pela mesma universidade, com intercâmbio acadêmico na Universidade Sorbonne-Paris IV.

Fontes de pesquisa:

Entrevista Adrianna eu, Costura-se para dentro, Canal- Arte, 2019.

http://www.lucianacaravello.com.br/artistas/adrianna-eu

Entrevista Edith Derdky, Museu-Vivo, Sesc Tv, 2010.

https://www.arteformatto.com.br/artistasplasticos/edith-derdyk/
https://www.casatriangulo.com/pt/artista/38/joana-vasconcelos/trabalhos/

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6 Comments

  1. Aurei disse:
    03/07/2020 às 1:30 pm

    Excelente artigo. Esclarece bem a trajetória das três artistas contemporâneas. Gostei

    Responder
  2. Ivanir disse:
    03/07/2020 às 5:27 pm

    Obrigada por informar estas artistas incríveis

    Responder
  3. maria helena beyruti disse:
    04/07/2020 às 1:01 am

    adorei conhecer essas tres artistas da chamada Arte Têxtil contempor^nea.algumas imensas ,imagino o tempo e a quantidade de textils necessários para a execução e que coloridos lindos!!!!
    Parabéns à vocês Artsoulpor tão interessante informação….

    Responder
  4. Dorival Barreto disse:
    16/08/2020 às 3:26 pm

    Muito interessante. Gostei mde todos, mas tive uma identidade com a Joana Vasconcelos Também ando utilizando tecido (chita), renda plástica, papel (guardanapo p/ artesanato), folders, etc.

    Responder
  5. Tecidos, Tramas, Bordados e Costuras - Blog que conecta você ao mundo da arte contemporânea. disse:
    31/08/2020 às 3:26 pm

    […] Arte têxtil contemporânea […]

    Responder
  6. Arte e internet: Pavilhão Digital na 14ª Bienal de Curitiba disse:
    11/09/2020 às 2:34 pm

    […] Conheça os nossos artistas, ou para saber mais do universo da arte contemporânea, leia em nosso Blog: “Arte Têxtil Contemporânea“. […]

    Responder

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