Nos últimos anos o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP) tem trabalhado para oferecer uma programação de alta relevância para o circuito das artes visuais, o que vem trazendo novas demandas espaciais para a instituição.
Agora, o MASP anunciou um projeto de ampliação do museu a partir da reforma do prédio ao lado do famoso edifício de Lina Bo Bardi com suas colunas vermelhas. O edifício que estava há anos sem rumo definido por questões administrativas, será batizado de Pietro Maria Bardi, primeiro diretor artístico do museu e marido de Lina.
Os dois prédios serão ligados pelo subterrâneo e todas as atividades do museu serão redistribuídas, já que a área expositiva do museu será ampliada em 66%. A previsão de entrega do projeto é para janeiro de 2024.
Com 14 andares, o novo prédio será destinado a suprir todas as demandas atuais do museu, como a criação de um andar exclusivo para o MASP Escola, por exemplo – projeto de grande importância para a instituição, mas que até então nunca teve um espaço próprio para suas atividades.
O ponto principal a respeito das áreas expositivas do edifício Pietro Maria Bardi será seu sistema de climatização com tecnologia avançada, que permitirá ao MASP receber exposições com padrões mais rigorosos de conservação. O destaque da programação inicial é a exposição de pinturas à óleo de Francis Bacon que irá inaugurar o espaço em 2024, seguida por uma exposição do pintor impressionista Claude Monet, em 2025.
Um dos pontos principais da fase recente do museu é a ampliação do acervo, que possui cerca de 11 mil obras. Mas apenas 1% do acervo é exibido atualmente nos cavaletes de cristal de Lina Bo Bardi. Transferindo todas as exposições temporárias para os novos espaços, o tradicional prédio do MASP terá espaço para ampliar a exposição do acervo, um dos mais relevantes do hemisfério sul. O projeto de expansão contempla também novas áreas para acomodar a reserva técnica do museu.
O projeto arquitetônico é resultado da parceria entre Júlio Neves – arquiteto que presidiu o MASP entre 1995 e 2004 – com o escritório METRO Arquitetos Associados, dos sócios Martin Corullon e Gustavo Cedroni. Neves foi responsável por uma grande reforma no MASP na década de 1990, que incluiu a renovação do ar-condicionado e instalação de reserva técnica. Já o escritório METRO vem prestando serviços ao museu desde 2015. A respeito da relevância do projeto, Neves afirma:
Esse projeto que se inicia agora está equiparado à tecnologia aplicada aos melhores museus do mundo e não conheço outra estrutura similar no Brasil. Acredito que o MASP em expansão será um caso ímpar de planejamento e modernidade em nosso país”.
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Diogo Barros é curador, arte educador e crítico, formado em História da Arte, Crítica e Curadoria pela PUC SP.
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