Após ser homenageado na 17ª edição do Prêmio Sony World Photography Awards, Sebastião Salgado afirmou: “A fotografia é o espelho da sociedade”. Realizada em Londres pela Organização Mundial de Fotografia, a cerimônia de 2024 destacou o legado deixado pelo brasileiro ao longo de sua vasta trajetória – a proteção da natureza e dos povos originários.
Com uma carreira renomada que se estende por cinco décadas, Salgado tornou-se conhecido por conscientizar as pessoas, por meio de fotografias em preto e branco, sobre o desmatamento do planeta. Neste ano, por consequência da homenagem concedida a ele, 50 de suas obras puderam ser visitadas na ‘Somerset House’, na capital da Inglaterra, de 19 de abril a 6 de maio. A pequena porém relevante exposição foi produzida em parceria com a organização do prêmio.
Em entrevista à AFP (Agence France-Presse), Salgado explicou: “Cada uma dessas fotografias representa um momento da minha vida que foi muito importante para mim”. Em sua compreensão, a fotografia vai além do simples registro visual; ela é uma poderosa ferramenta de conscientização e reflexão; é a grande virtude de sua profissão. Este compromisso de capturar a verdade e despertar o conhecimento foi reiterado durante o recebimento do prêmio e a produção da mostra. “Em uma exposição como essa, as pessoas me dizem “Sebastião, você é um artista” e eu digo a eles que eu não sou um artista, eu sou um fotógrafo, porque realmente é um grande privilégio ser um fotógrafo”, explica.
A homenagem soma-se aos outros tantos reconhecimentos adquiridos por Salgado ao longo de sua carreira. Dentre os prêmios acumulados, destacam-se o Figaro Magazine Lifetime Achievement Visa d’or Award, de 2021, e o Prêmio World Press Photo Oskar Barnack, de 1985 e 1992.
No ano de 1998, Sebastião e Lélia, sua esposa, fundaram o Instituto Terra, organização que luta pelo reflorestamento da Amazônia brasileira e das florestas do mundo em geral. Agora, aos 80 anos de vida, ele considera que já cumpriu sua missão na vida, mas continua se empenhando pela defesa do meio ambiente. “Só me falta morrer. Tenho 50 anos de carreira, tenho 80 anos, estou muito mais perto da morte do que qualquer outra coisa. […] Mas continuo fotografando, trabalhando, continuo a fazer as coisas da mesma forma”, completa.
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