A Artsoul entrevistou Vanessa Monteze da Arte FASAM. A galerista nos indica várias mídias para entender melhor a arte contemporânea e obras famosas. Monteze também frisa a importância da parceria e das ações em conjunto no fortalecimento da arte contemporânea brasileira.
Artsoul – O que inspirou o projeto de criação da sua galeria?
Nosso desejo de aumentar o circuito de arte em BH e seguir uma linha curatorial específica e diferente do que já temos no nosso mercado mineiro, bem como oferecer um espaço para tantos artistas maravilhosos sem galeria (temos muitos artistas e pouquíssimas galerias).
Artsoul – Quais os critérios para seleção dos artistas representados?
Vanessa Monteze – Temos algumas consultorias com curadores ou os próprios artistas que já estão na galeria nos indicam ou ainda nós mesmas os encontramos através das nossas próprias pesquisas na internet.
Artsoul – Quais trabalhos e quais artistas da galeria você considera de mais destaque no momento?
Vanessa Monteze – Gostaria de citar todos os artistas que representamos porque conduzem suas carreiras de maneira muito dedicada e todos estão em pauta em alguma exposição seja em galeria ou espaço cultural; mas para não ficar um texto longo, citarei nosso último projeto apenas: a artista representada Ursula Tautz esteve com uma instalação muito especial no Paço Imperial do Rio de Janeiro, resultado de sua pesquisa dos últimos 7 anos. Para linkar a esta exposição no Paço e aproveitar o momento, fizemos nossa inauguração na ArtRio/21 com um stand solo dela.
Artsoul – Nos últimos anos tivemos um boom de viewing rooms, plataformas de exposição e marketplaces de arte atuando no mercado. Quais as suas impressões sobre esses formatos? Como a galeria tem marcado presença neste contexto?
Vanessa Monteze – Acredito que ganhamos todos em visibilidade. Sempre colhemos algo bom de algo ruim, certo? E não foi diferente para o mercado como um todo: as pessoas passaram a viver o instagram, as lives, os viewing rooms e feiras virtuais com muito mais intensidade… Mas claro que com o excesso, aumentou a saudade de vivermos a arte presencialmente, o que também é bom. Resultado disso foi a ArtRio que ficou super movimentada, foi maravilhosa! E que venham mais exposições físicas!
Artsoul – Quais as contribuições mais significativas da sua galeria para o mercado de arte brasileiro?
Vanessa Monteze – Acreditamos fortemente na parceria entre artistas, galerias, instituições e comunidades a fim de difundir e promover a potência da arte contemporânea brasileira mundo afora. Tudo isso pode acontecer de forma respeitosa e conjunta sem ninguém sair prejudicado. Não precisamos viver a lei que diz que onde um ganha, outro precisa perder, podemos sim apostar na relação “ganha-ganha”: ninguém perde, todos ganham. Mas para que isso aconteça a nova geração de galeristas precisa urgentemente trocar entre si, compartilhar, dialogar, agir em conjunto e se respeitar porque infelizmente somos marcados por uma sociedade que verdadeiramente vive uma guerra quando se trata de negócios, principalmente no que diz respeito à representação de artistas. Sendo assim, sempre nos colocamos em diálogo com outros galeristas buscando parcerias. Algumas vezes fomos bem recebidas, outras vezes não; mas no final sempre colhemos bons frutos das pessoas maravilhosas que encontramos na abertura e que pensam de forma semelhante.
Artsoul – Gostaríamos de saber algumas das suas indicações de filmes, séries, livros e/ou podcasts para o público acessar e se informar sobre arte.
Vanessa Monteze – Vou indicar alguns filmes que amei: Beltracchi; Maudie: sua vida e sua arte; Olhos grandes; Fake Art: uma história real; Mi obra maestra; e o que mais amo Uma longa jornada, que é um romance mas amei ver a coleção formada pelo casal do filme, uma grande inspiração para qualquer colecionador.
Das séries, eu amei Abstract: the art of design no Netflix, bem como Vidrados.
Com relação aos livros, gosto de tudo que remete a arte, seja de arte contemporânea e que a defenda bem, como os clássicos que a questionam. Amo os livros técnicos, mais românticos ou históricos. Primeiramente gostaria de citar um que me emocionei: “Cartas a Theo”. Indico ainda: “A beleza salvará o mundo”, “Duveen: o marchand das vaidades”, “O Valor da Obra de arte”, “Eu fui Vermeer”, “Moça com Brinco de Pérola”.
Para galerias jovens, indico “Management of Art Galleries”.
São muitos livros maravilhosos, mas deixo essa pequena listinha que já é bem inspiradora.
Podcast indico o Arte FASAM – Galeria de Arte Contemporânea (disponível no Spotify).
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