Na última segunda-feira, a arquiteta Lina Bo Bardi foi escolhida para receber o Leão de Ouro, um importante prêmio da arquitetura mundial.
O prêmio foi concedido pela 17ª Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza pelo conjunto da obra de Lina.
Arquiteta italiana nascida em 1914, foi naturalizada no Brasil em 1951. Se apaixonou pelo país e foi aqui que desenvolveu seus maiores projetos. Como profissional multifacetada, atuou também com projetos de expografia, de design e de editorial.
Na arquitetura, tem projetos como o MASP, ícone da Avenida Paulista em São Paulo. Até hoje o vão do MASP é um dos maiores pontos turísticos e de encontro cultural da cidade que valoriza a vista das paisagens urbanas que circulam o espaço. O SESC Pompeia faz parte também do seu escopo de projetos. Construído a partir da estrutura de uma fábrica abandonada, o projeto tem uma incrível liberdade espacial. Tem entrada ampla que segue como uma extensão da calçada externa e os prédios dos fundos se destacam das outras unidades do SESC pelas oito passarelas de tamanhos diferentes que conectam as duas torres.
Os cavaletes de vidro usados no MASP são um marco da sua atuação em expografia. Os cavaletes trazem mais liberdade e fluidez para a circulação, sem limitar o visitante a paredes concretas, mas ampliam a visão à transparência do entorno.
O marido, marchand e crítico, Pietro Maria Bardi também estava envolvido na cena artística do Brasil sendo figura essencial na criação do Museu de Arte de São Paulo. Juntos, editaram a revista Habitat enquanto estavam à frente da administração do MASP.
A casa onde moravam é hoje um museu-casa que sedia as ações culturais do Instituto Bardi, aberto à visitação. Sendo um refúgio natural no meio da cidade de concreto, a Casa de Vidro tem extenso jardim e leveza arquitetônica. Na época foi ponto de encontro para a socialização do casal com agentes do meio cultural e recebeu personalidades para debates e projetos.
Lina Bo Bardi recebe o prêmio póstumo por sua atuação ampla que expandia os limites das áreas de estudos para experimentar novas projeções. É considerada uma personalidade múltipla com forte influência nos caminhos tomados pela arte visual brasileira.
Victoria Louise é redatora da ArtSoul formada pela PUC-SP em Arte: História, Crítica e Curadoria e Gestão Cultural
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