Com previsão de abertura em novembro deste ano na região dos jardins, Galatea, a nova galeria de São Paulo, anuncia sua chegada com três importantes figuras do circuito contemporâneo na gestão.
A proposta se mostra consistente ao focar em arte moderna e contemporânea brasileira, sem deixar de lago o resgate de artistas históricos esquecidos pela crítica. Galatea será “um ponto de fomento e convergência entre culturas, temporalidades, estilos e gêneros distintos, gerando uma rica fricção entre o antigo e o novo, o canônico e o não-canônico, o erudito e o informal“. Artistas consagrados estarão presentes, ao lado do acompanhamento curatorial a jovens artistas, misturando mercado primário e secundário.
A galeria irá participar de três importantes feiras de arte do próximo semestre, a SP-Arte, ArtRio e a internacional Independent 20th Century em Nova York.
O trio de fundadores traz diferentes experiências para a gestão, todos com sólida atuação em feiras, museus, galerias e curadoria de exposições. Antonia Bergamin foi diretora por quase uma década da Bergamin & Gomide (hoje Bergamin & Co.) e participou de comitês de feiras de arte como ArtRio e Independent Fair em Nova York. Se desligou da galeria em agosto de 2021 anunciando que o espaço continua em atividade sob custódia de Thiago Gomide, parceiro desde 2012.
Conrado Mesquita esteve à frente da Ronie Mesquita Galeria durante 15 anos e atua como patrono de instituições como MAM Rio e MASP. Mesquita e sua família foram responsáveis por doações de cerca de 60 obras para o MAR – Museu de Arte do Rio de Janeiro, que formam o Fundo Cely, Ronie e Conrado Mesquita.
Em outra vertente do circuito, o curador Tomás Toledo é formado em filosofia e trabalhou no MASP entre 2014 e 2022, atuando como curador-chefe nos últimos quatro anos. Foi cocurador de importantes exposições da instituição, incluindo “Volpi Popular”, em cartaz até 31 de julho de 2022.
A origem do nome da galeria está diretamente relacionada ao mito grego de Pigmaleão e Galatea. O mito narra a paixão de Pigmaleão, escultor que se apaixonou por uma de suas obras feitas em marfim, Galatea. Afrodite, a deusa do amor, fica comovida com tamanha devoção e transforma a escultura em uma mulher real, permitindo que artista e obra estabeleçam uma relação verdadeira.
O paralelo que se traça entre o mito e a galeria é a valorização de relações que se cria em torno da arte. Galatea pretende fortalecer a relação entre os diferentes agentes do circuito, galeristas, colecionadores, artistas e instituições e potencializar a produção artística no país.
Victoria Louise é jornalista cultural, formada em Crítica e Curadoria da Arte e Gestão Cultural pela PUC-SP.
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