A Fundação Bienal anunciou a equipe conceitual de sua próxima edição, prevista para acontecer em setembro de 2025. Depois de indicar Bonaventure Soh Bejeng Ndikung como curador-geral da mostra, o evento apresenta, agora, outros cinco profissionais que acompanharão o diretor camaronês na 36ª Bienal de São Paulo.
Foram nomeados os cocuradores Alya Sebti (Marrocos), Anna Roberta Goetz (Suiça), Thiago de Paula Souza (Brasil) e Keyna Eleison (Brasil), além da consultora de comunicação e estratégia Henriette Gallus (Alemanha). É esperado que o resto do grupo seja noticiado ainda este ano, bem como a proposta curatorial, que deve sair no segundo semestre.
Embora o tema da exposição ainda não tenha sido publicado, Bonaventure explicou, em nota divulgada pela Fundação, sua metodologia curatorial. “Junto com meus colegas, vamos adotar as rotas de voo de pássaros migratórios que cruzam os quatro pontos cardeais do globo e, por meio de seu sentido de navegação, urgência de deslocamento, instinto de sobrevivência, entendimento de espaços e tempos, assim como suas urgências e agências, pretendemos nos engajar em uma pesquisa profunda e ampla em direção à 36ª Bienal de São Paulo”, afirmou.
Enquanto o projeto avança, a edição anterior da mostra segue sua itinerância pelo Brasil afora. A 35ª Bienal, intitulada “Coreografias do Impossível”, já percorreu espaços como o MALBA, na Argentina, o Museu Oscar Niemeyer em Curitiba e o Museu de Arte de Belém, no Pará. Atualmente, está no Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador, e chegará ao Sesc Campinas no dia 6 de junho.
Bonaventure Soh Bejeng Ndikung (Yaoundé, Camarões, 1977) é, atualmente, um dos principais nomes da curadoria mundial. Trabalha a partir da combinação de diferentes linguagens artísticas, como os meios visual, sonoro, performático e instalativo. Foi o diretor-fundador da SAVVY Contemporary, em Berlim, e atualmente é o curador-chefe da Haus der Kulturen der Welt (HKW), na mesma cidade. Foi também curador do Pavilhão Finlandês de 2019 na Bienal de Veneza e fez parte do júri do Leão de Ouro da Bienal de 2022. É figura central para a arte contemporânea internacional.
Alya Sebti (Casablanca, Marrocos, 1983) é diretora e curadora de arte contemporânea da ifa-Galerie (Institut für Auslandsbeziehungen), em Berlim. Acumula experiências em mostras bienais (como a Biennale de Dakar em 2018 e a Manifesta em Marselha em 2020), e em escrita sobre arte e a esfera pública.
Anna Roberta Goetz (Basileia, Suíça, 1984) é curadora e escritora. Organizou exposições individuais e coletivas em diversos países e lecionou em academias de arte internacionais. Trabalhou no Marta Herford Museum e no MMK Museum für Moderne Kunst Frankfurt, ambos na Alemanha, e hoje vive entre a Suíça e o México.
Henriette Gallus (Grevesmühlen, República Democrática da Alemanha, 1983) é editora e estrategista cultural e de comunicação. Trabalhou como assessora de imprensa e diretora de comunicações em importantes exposições de arte pelo mundo. Aconselhou diversas instituições culturais, como o Pavilhão da Alemanha na 58ª Bienal de Veneza, em 2019, e o Castello di Rivoli – Museo d’Arte Contemporeana, Turim, de 2017 a 2023.
Keyna Eleison (Rio de Janeiro, Brasil, 1979) é pesquisadora, curadora e educadora em artes. Fundou a Nacional Trovoa, coletividade que destaca a produção artística de mulheres negras e não brancas. Coordenou todos os equipamentos públicos da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro e lecionou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde também foi coordenadora de ensino. Trabalhou em bienais internacionais e foi diretora artística do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro entre 2020 e 2023.
Thiago de Paula Souza (São Paulo, Brasil, 1985) é curador e educador, interessado na intersecção entre arte contemporânea e educação. É cocurador do 38ª Panorama da Arte Brasileira no MAM São Paulo, que inaugura este ano. Trabalhou recentemente em exposições em Londres e na Holanda. Atualmente, é doutorando no programa de artes da HDK Valand – University of Gothenburg, na Suécia e integra o Comitê Artístico da NESR Art Foundation, em Angola.
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