No último 20 de maio, data de inauguração da 18ª Bienal de Arquitetura em Veneza – La Biennale di Venezia, o Brasil foi premiado com o Leão de Ouro pela primeira vez na história. Segundo a organização do evento, a seleção se deu devido à pesquisa dos curadores Gabriela Matos e Paulo Tavares centra as filosofias e imaginários da população indígena e negra em modos de reparação.
O tema geral do evento “The Laboratory of the Future [O laboratório do futuro]”, foi proposto por Lesley Lokko, no sentido de experimentação de futuros possíveis. Lokko afirma “No centro de todos os projetos está a primazia e a potência de uma ferramenta: a imaginação. É impossível construir um mundo melhor se não se pode primeiro imaginá-lo”.
Ao receber a premiação, a dupla acentua o diálogo da proposta brasileira com o tema principal e afirma “estamos muito felizes por ter recebido essa oportunidade, inspirada por Lesley Lokko, de apresentar o Brasil como um território diaspórico, com grandes contribuições ancestrais pelas comunidades afro-brasileiras e indígenas. Acreditamos que essas são as tecnologias que devem fazer parte das soluções para criar um futuro diferente e mais igualitário para a humanidade, e restaurar e proteger nosso mundo.”
No mesmo evento, outros prêmios foram dispensados. O grupo DAAR – Decolonizing Architecture Art Research (Alessandro Petti e Sandi Hilal), de Estocolmo e Belém (Palestina) – respectivamente – ganhou como melhor participante da edição e Demas Nwoko, artista, designer e arquiteto nigeriano, pelo conjunto de sua obra.
Victoria Louise é jornalista, formada em Crítica e Curadoria da Arte pela PUC-SP.