A Capela Santa Luzia, pequena igreja centenária localizada a uma quadra da Avenida Paulista, reabre suas portas. Com ela renasce um patrimônio histórico que guarda a memória do crescimento da cidade e da imigração italiana no Brasil no início do século XX. A Capela se insere no complexo do Cidade Matarazzo, um novo símbolo arquitetônico e paisagístico da cidade de São Paulo. O cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, celebrou a missa de reabertura da capela centenária, abandonada por mais de 20 anos.
Com o primeiro edifício datado de 1904, o antigo Hospital Umberto Primo, conhecido como Hospital Matarazzo, abrange uma área de 27.419 m² e funcionou até 1993, quando fechou portas. Permaneceu abandonado por cerca de 20 anos, tempo em que correu o risco de ser completamente demolido, para dar lugar a mais arranha-céus.
O antigo hospital ganhou um novo destino quando foi adquirido pelo Grupo Allard em 2011, para se tornar o complexo Cidade Matarazzo, que, como define seu idealizador, o empresário francês Alexandre Allard, trata-se “do maior projeto de reciclagem urbana no país, um lugar de experiências para construção de uma nova humanidade.” O projeto reunirá hospitalidade, cultura, moda, gastronomia e bem-estar com foco na regeneração da natureza.
Tombado em 1986 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), o complexo também abriga o maior parque privado no coração da cidade.
A primeira fase do Cidade Matarazzo será marcada pela reabertura da centenária Capela Santa Luzia, que integra o complexo hoteleiro Rosewood São Paulo. Até o fim deste ano, assistiremos ainda à abertura do tão aguardado hotel Rosewood São Paulo que dará nova vida ao antigo edifício da Maternidade Condessa Filomena Matarazzo (1943).
O templo passou por um minucioso processo de restauro. Entre os 10 edifícios tombados do complexo, a capela tinha o nível mais alto de proteção. Por isso, seu restauro exigiu o máximo de fidelidade às características originais. Antes disso, foi necessário um audacioso trabalho de engenharia para preservar a igreja centenária durante a construção dos oito andares de subsolo abaixo de sua fundação.
A capela ficou literalmente suspensa sobre o grande vão, que hoje abriga um centro de eventos, um cinema, entre outros. Esse trabalho inédito no Brasil envolveu alguns dos mais importantes profissionais do País.
O restauro da capela, começou pela fachada neoclássica onde camadas de tinta escondiam o seu estado original. No interior o restauro revelou paredes marmoreadas, seguindo a técnica milenar Scagliola, muito usada na Itália na época da construção. O altar de mármore, provavelmente feito fora do Brasil, foi protegido. Durante o trabalho, foram descobertos afrescos originais. Em vez de refazerem as partes danificadas, optou-se por preservar as marcas do tempo, para despertar no público a consciência sobre o valor histórico do templo.
Também houve restauro de imagens sacras, recolocadas em seus lugares originais, assim como demais objetos sacros.
Após consultar a planta original da igreja, descobriu-se que havia a previsão da instalação de uma rosácea no alto do coro, que nunca foi concluída. Então, o Cidade Matarazzo obteve a autorização para incluir um elemento contemporâneo no projeto: um vitral concebido pelo artista Vik Muniz.
O restauro da capela foi realizado com o apoio do Governo Federal, através do Ministério da Cidadania e da Secretária Especial da Cultura da Prefeitura Municipal de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e do Programa Municipal de Apoio e Projetos Culturais. Contou com o patrocínio de Atlas Schindler, Leroy Merlin, Chevrolet Serviços Financeiros, Dr. Antonio Hatti e Sra. Nazek Khalil Hatti.
A capela – cujo projeto foi assinado pelo arquiteto Giovanni Batista Bianchi (1885-1942) – foi construída em 1922 por iniciativa de Dona Virginia Matarazzo, cunhada do industrial italiano Francisco Matarazzo, em honra de Santa Luzia, de quem obteve a graça da cura de uma doença na visão de um de seus filhos. “Onde o corpo enfermo recebe o tratamento fraternal, também a alma pede conforto de esperança e de resignação”, está escrito em uma placa fixada na parede do templo, em homenagem à idealizadora de sua construção.
“O mais importante era preservar a alma do lugar.” – explica Alexandre Allard que não mediu esforços para preservar a história. Para o empresário, não faria sentido transformar uma construção erguida para o culto em um espaço que não tivesse essa finalidade. A Capela voltará a receber missas semanais abertas ao público.
Em 15 de dezembro de 2021 o hotel Rosewood São Paulo abrirá portas revelando a antiga maternidade restaurada – edifício onde nasceram mais de 500.000 paulistanos. O hotel Rosewood São Paulo é o primeiro empreendimento da rede hoteleira mais luxuosa do mundo na América Latina. A Torre Mata Atlântica, concebida pelo renomado arquiteto Jean Nouvel (Pritzker Prize), complementa o hotel Rosewood, com um total de 150 quartos e 122 suítes particulares com serviço de hotel. Os interiores são assinados pelo designer francês Philippe Starck, que teve como desafio utilizar somente materiais e fornecedores brasileiros no projeto.
De acordo com a filosofia A Sense of Place da Rosewood Hotels & Resorts, trouxemos a cultura brasileira para o centro da experiência: o hotel reúne mais de 450 obras de 57 artistas brasileiros em sua coleção permanente.
Com investimento total de R﹩ 2,7 bilhões, o Cidade Matarazzo é um projeto revolucionário de reciclagem urbana, localizado em São Paulo, Brasil. A primeira entrega do projeto acontece em dezembro de 2021, com a abertura do Hotel Rosewood São Paulo, o primeiro da exclusiva rede na América do Sul. O Cidade Matarazzo promete transformar um patrimônio histórico adormecido no coração da próspera megalópole de São Paulo num complexo multiuso sem precedentes no mundo. Comandado pelo empreendedor Alexandre Allard do Groupe Allard, este desenvolvimento imobiliário único conta com grandes talentos da arquitetura e do design mundiais, tais como Jean Nouvel, Philippe Starck e Rudy Ricciotti.
Comprometido com o plantio de 10.000 árvores, o Matarazzo será uma plataforma de experiências para uma comunidade verde bem como um hub de inovação que agrega as instituições envolvidas na valorização do patrimônio natural do Brasil. O complexo conta com uma vasta programação cultural, um centro de bem-estar, um distrito de moda sustentável e uma oferta diversificada de gastronomia baseada na permacultura e ainda um edifício – Edifício Ayahuasca – dedicado à valorização do patrimônio verde do Brasil, reunindo instituições que promovem práticas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês).
Fonte: Imprensa
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