A pluralidade de linguagens e técnicas que compõem a arte contemporânea pode afastar o público na mesma medida em que instiga sua curiosidade. Entendê-la pode não parecer tarefa simples para quem não está imerso no campo da arte, contudo existem livros e autores que buscam por meio de uma linguagem leve e de sínteses objetivas facilitar o acesso do público com teorias da arte.
Pensando nesse interesse e no material disponível, a Artsoul preparou uma lista de 7 livros para quem quer se aventurar no campo e se aprofundar no assunto, esperamos que a lista encoraje a imersão na literatura e na arte e desejamos uma boa leitura.
A definição de arte é um livro teórico que pode assustar como primeira sugestão para quem quer se aventurar no mundo da arte. Mas este é um convite franco para mergulhar nas principais questões sobre o próprio conceito de arte e qual sua aplicação no mundo contemporâneo.
Com ensaios densos, porém didáticos, Umberto Eco – foi filósofo, medievalista, semiólogo, crítico literário e midiólogo italiano – nos oferece um panorama histórico sobre a conceituação de arte em diferentes contextos, nos introduz questões teóricas fundamentais que caracterizam o terreno contemporâneo, e se aprofunda finalmente nos debates de vanguarda e os esgarçamento do conceito de arte.
O livro é uma ótima leitura por oferecer repertório para que o leitor tome suas próprias diretrizes e críticas a respeito da arte enquanto conceito.
Com o leitor já imerso no mundo da arte, para compreender melhor a complexidade e as camadas contemporâneas, sugerimos os livros da artista, escritora e crítica de arte Katia Canton.
Através de uma linguagem acessível a autora elaborou uma coleção vendida em box, com pequenos livros de bolso que tratam de diversos conceitos inerentes do mundo contemporâneo, como as noções de corpo, memória, tempo, erotismo, narrativa e identidades. O leitor passa a elaborar a partir dessas formulações de que forma elas encontram eco na produção artística contemporânea.
Para quem tem pouco tempo e sede de conhecimento Arte no Brasil 1950-2000: movimentos e meios é ideal. No livro de bolso com menos de 100 páginas, a pesquisadora e curadora Cacilda Teixeira elabora valorosos verbetes, divididos em movimentos e meios.
Dado o recorte temporal, nesta publicação, nele Teixeira define os principais meios como a fotografia e a performance e os principais movimentos como o neoconcreto e o abstracionismo, em menos de duas páginas elucida cada um e elenca os principais artistas brasileiros envolvidos.
Este livro é ótimo tanto para se inteirar mais sobre as linguagens artísticas contemporâneas quanto para conhecer nomes importantes da arte contemporânea brasileira.
O livro que se propõe a ser um guia de bolso da escritora britânica também se utiliza de verbetes e uma linguagem clara e objetiva para colocar luz à artistas mulheres fundamentais da história da arte e que muitas vezes são deixadas de lado em livros de história da arte.
O conciso livro é rico em imagens de alta definição das obras e é dividido em quatro tópicos: gêneros, obras, temas e técnicas. De forma interessante as artistas se cruzam entre temas e técnicas de maneira a vermos diferentes abordagens da mesma obra ou artista.
Para os leitores que preferem livros romanceados, temos duas indicações. A começar por A arte da rivalidade, vencedor do Prêmio Pulitzer, no qual o crítico de arte Sebastian Smee desenvolve uma divertida narrativa envolve a relação entre Édouard Manet e Edgar Degas, Henri Matisse e Pablo Picasso, Jackson Pollock e Willem De Kooning, Lucian Freud e Francis Bacon.
Passando por Paris, Londres e Nova York, do século XIX ao XX, o instigante livro mostra as dinâmicas do mundo e da arte moderna bem como a transição e as diferenças para o mundo contemporâneo. O leitor passa a saber sobremais de figuras essenciais da história da arte e acompanha todo o contexto dessa produção.
O segundo livro romanceado que sugerimos é Não há lugar para a lógica em Kassel, em que o escritor espanhol foi convidado para presenciar o maior evento de arte contemporânea: a Documenta de Kassel, em sua edição de 2012.
Nele, acompanhamos o autor em seus dias na cidade alemã acompanhando o evento e nos aproximamos do seu processo de indagações frente às inquietudes da arte contemporânea.
O livro é composto por capítulos curtos, o que torna a leitura dinâmica e suas aventuras o tornam instigante. As dúvidas do eu lírico provavelmente são as mesmas dos leitores, longe da pretensão de dar respostas, o livro pretende levar o leitor a mais reflexões e ao desapego do olhar tão categórico frente à arte.
Por último, depois de transitar por ensaios teóricos e romances divertidos, indicamos uma leitura dos escritos de artistas, lemos muito sobre o que teóricos elaboram sobre a arte e não nos atentamos ao que os próprios artistas elaboram sobre seu trabalho.
Escritos de artistas: anos 60/70 é uma organização de textos, portanto possui uma linguagem bem diversa, com manifestos, cartas e entrevistas são mais de 50 textos com vozes de Richard Serra e Joseph Beuys a Lygia Clark e Anna Bella Geiger.
Giovanna Gregório é graduanda em Arte: História, Critica e Curadoria pela PUC-SP. Pesquisadora e crítica independente.
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4 Comments
Gostaria de parabenizar a iniciativa de alongar o olhar sobre a arte contemporânea. Ubuntu 💙 💙 💙 a arte agradece. Joel Gama.
Parabéns pela iniciativa de listar os livros sobre arte. Tal iniciativa incentiva a visitação a museus e galerias de arte por torna a percepção de uma obra de arte algo possível e acessível a todas as pessoas.
Obrigada pelas ótimas dicas de livros!!
Excelente idéia: dicas sobre Arte contemporânea