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Obras de arte que exaltam a sensualidade e erotismo

Publicado por Victoria Louise em 14/11/2024
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É certo que, em toda a história da arte, o corpo e a sexualidade foram temas amplamente trabalhados pelos artistas, em diferentes níveis. A expressão da sensualidade ou da carnalidade atravessou diferentes culturas, tendências, movimentos e escolas, sendo fundamental para a elaboração de percepções sociais e estéticas. Essas  imagens – que, por serem sempre sedutoras, são frequentemente cerceadas e encobertas – retratam questões primordiais da vida humana, como o sexo, o gênero e o desejo, e ganham destaque na Artsoul com a Seleção Corpos. 

Sem Título, da exposição Falto-Retrato, Leila Reinert, 2005.

Embora o “erótico” seja associado imediatamente à atividade sexual, o termo erotismo, na verdade, significa mais do que isso. De origem grega, ele deriva de “Eros”, o filho de Vênus e de Mercúrio. Na arte, Eros (também conhecido como Cupido) simboliza o amor e, por extensão, a sexualidade. É o deus-menino do amor sensual físico. Assim, podemos pensar o erotismo como o conjunto de representações culturais e humanas ligadas ao sexo, ou seja, que podem ser explícitas ou não. 

Entre 1987 e 1990, Iberê Camargo produziu uma série de litografias intitulada “Erótica”. Nesses trabalhos, o artista gaúcho não se preocupa com a perfeição estética da cena, mas com a expressão emocional dos personagens. Riscos difusos em marrom e preto formam figuras esguias de rostos impessoais. Os traços orgânicos dão aos desenhos a noção de dinamismo e movimento, além de uma carga poética que expressa o desejo em sua forma mais íntima. 

Erótica 1, Iberê Camargo, 1987. 
Erótica 6, Iberê Camargo, 1988. 

A ideia de explorar a intimidade entre duas pessoas aparece também em “Solidão Compartilhada”, de Bruna Rinaldi. Aqui, porém, o que acontece é a falta de conexão – ou, talvez, a conexão pela falta: ao centralizar a fotografia em dois braços que não se encostam, a artista parece querer explorar o sentimento de solidão e o vazio que dois corpos podem sentir quando a distância é emocional. Ao mesmo tempo, a imagem pode ser interpretada como um afago, o registro de alguém que encontrou companhia em um momento de introspecção. 

Solidão Compartilhada, Bruna Rinaldi, 2023. 

Nem todas as obras da Seleção Corpos, no entanto, demonstram alguma carga emocional. Em alguns casos, o que está em jogo é puramente estético. Ainda no campo da fotografia, por exemplo, Guido Argentino brinca com a luz e as formas do corpo humano para construir uma cena conceitual e sexy. Em “Epona”, obra que faz referência à deusa celta dos cavalos e da fertilidade, a iluminação cuidadosamente projetada sobre a figura cria um brilho prateado que destaca suas curvas e texturas, formando uma atmosfera de poder e mistério. Aqui, o que se pretende não é a objetificação do corpo, mas sim um tipo de valorização e “empoderamento” de um físico forte e confiante. 

Epona, Guido Argentini, 2021. 

Essa noção de domínio sobre o próprio corpo aparece também nas obras de Marius Sperlich. Embora o artista se utilize de cenas explícitas e altamente sexualizadas, o que se pretende não é reduzir as personagens a objetos de desejo, mas justamente explorar a liberdade sexual. Com títulos menos românticos e mais bem humorados, ele evoca o que há de mais obsceno no sexo.

Dinner for one, Marius Sperlich, 2021. 

Em “Dinner for one” [“Jantar para um”, em tradução nossa], o corpo feminino é colocado propositalmente como uma refeição, criando uma atmosfera de desejo e convite ao outro. Em “Turn me on” [Me excite], a mesma lógica de provocação e interesse é empregada. Em ambos os casos, a “indecência” das palavras é não apenas mostrada, mas estimulada. Carregadas de libído e excitação, as imagens provocam sensações únicas ao espectador, capazes de aquecer a pele e abrir os poros. É a celebração de um sexo sem pudor. 

Turn me on, Marius Sperlich, 2021. 

Tratando de liberdade, atração e fantasia, “Succubus: O Início”, de Monica Piloni, é indispensável. A escultura retrata o corpo humano feminino distorcido e em escala reduzida. É uma referência à cultura popular e às mitologias, em que “Succubus” é uma entidade sobrenatural ou demônio feminino que aparece nos sonhos de homens para seduzi-los e roubar-lhes a energia vital. 

A multiplicação de elementos da figura – membros como pernas e braços – questiona a sexualização da mulher e, ao mesmo tempo, instiga a sensualidade. A forma tradicional da escultura é deixada de lado para que características como o equilíbrio e a simetria (ligadas às belas artes) sejam respondidas com espelhamento e multiplicação de partes, na criação de um ser fictício. 

Succubus: O início, Mônica Piloni, 2022.

Em uma esfera ainda mais política, Flávia Ventura se aprofunda sobre a discussão do corpo como dispositivo mutável de experimentação sensível. Em suas pinturas, ela pesquisa o deslocamento de discursos e protagonismos em relação à sexualidade, gênero, poder e violência. Com pinceladas grossas que transitam entre o figurativo e o abstracionismo (com o segundo se sobressaindo), ela produz imagens complexas que questionam a obviedade da pornografia convencional. 

Em suas telas, o rastro de tinta, o erro, os borrões, a imperfeição e o inacabado não são defeitos, mas sim características que remetem à subjetividade dos corpos retratados. As pinturas aludem ao orgasmo feminino como resistência às múltiplas formas de violência de gênero, entendendo o potencial erótico como uma espécie de chave para a libertação pessoal. Assim, o erotismo não seria apenas uma solução para os desejos e aprisionamentos físicos, mas também psicológicos. Para além do ato sexual explícito, os trabalhos de Ventura propõem um olhar para o que é mais subjetivo em cada um. 

Sem título (Série He loves to s*ck my plastic hard c0ck), Flávia Ventura, 2023.
A Festa das Mulheres, Flávia Ventura, 2021.

 

Confira estas e outras obras na Seleção Corpos. 

https://artsoul.com.br/colecao/1524/selecao-corpos
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