A 18ª edição da SP–Arte – Festival Internacional de Arte de São Paulo ocorre entre os dias 6 e 10 de abril e, para além dos estandes de galerias de arte e design, a feira concentra lançamentos de livros. Confira nossos destaques a seguir!
A Galeria Lume apresentou ao público visitante da feira o livro Machina Mundi do fotógrafo Claudio Edinger, que estava presente no dia do lançamento para escrever dedicatórias nos exemplares vendidos. Com uma carreira iniciada nos anos 1970, o artista explora a fotografia de amplo alcance, registrando cenas em espaços abertos com riqueza de elementos.
Sua série mais recente, apresentada no estande da galeria e no livro lançado, faz parte da pesquisa de Edinger na fotografia com foco seletivo. Trata-se de uma técnica na qual o fotógrafo destaca elementos na imagem através de um foco central, deixando o restante da fotografia marcado por uma grande indefinição.
Páginas de Machina Mundi, livro de Claudio Edinger. Foto: Diogo Barros.
A galeria também lançou o livro A parte pelo todo de Lucas Dupin, artista que trabalha com diversas linguagens como a pintura, fotografia, instalação e performance. O livro reúne trabalhos produzidos entre 2007 e 2021, trazendo uma visão ampla da obra de Dupin em mais de duzentas páginas. A publicação bilíngue conta com textos inéditos de Cauê Alves, atual curador do Museu de Arte Moderna de São Paulo, e da curadora independente Élise Girardot.
A Gravuras no Brasil tem uma seleção especial de lançamentos este ano, incluindo livros de artista e retrospectivas. O destaque é o livro que celebra os 50 anos de carreira de Almandrade, que também estava presente no evento para conversar com os visitantes da feira interessados na publicação.
Publicações da Gravuras no Brasil. Foto: Diogo Barros.
A galeria e editora valoriza as linguagens da gravura e pensa nas melhores formas de conservação e difusão destas. Como modo de ampliar a circulação de trabalhos em gravura, a editora lançou uma série de livros que fragmentam obras em várias partes, valorizando detalhes a cada página. Essa série de capa preta inclui trabalhos de Almandrade, Jorge Amaro, Luiz Martins, Jorge Francisco Soto, Cassia Aresta e Marcelo Catalano. Além destes, foi lançado também o livro “12×9+n=y” de Falves Silva.
Estande da Gravuras no Brasil na SP Arte. Foto: Diogo Barros.
A artista Ana Elisa Egreja, especializada na pintura realista, lança pela Galeria Leme em parceria com a Act. Editora o livro “Saboneteiras”. A publicação conta com prefácio de Jac Leiner, poema de Carola Saavedra e texto de Ann Gallagher.
Egreja investiga cenas de interior em uma relação afetiva com os elementos tradicionais das casas brasileiras. Desenvolvida ao longo dos dois primeiros anos da pandemia, a série que dá origem ao livro é um desdobramento dessa pesquisa mais ampla, agora com foco neste elemento presente nos banheiros.
As quatro opções de capa de “Saboneteiras”. Imagem: Rodrigo Lins.
O mais interessante é descobrir que as 31 saboneteiras pintadas pela artista não são mera representação, mas são recriações pintadas a partir de imagens de azulejos encontradas ao longo de uma extensa pesquisa virtual. Dessa forma, Egreja encontra uma universalidade, especialmente pelo foco que dá em um elemento tão comum nos lares brasileiros.
Na área de editoras e design, encontramos a Fotô Editorial, que lançou quatro fotolivros, sendo eles “Sognarium”, “Meio Visível”, “Revoada” e “Formas Fósseis”. Já a Banca Tatuí, apresentou os livros “Forma, Cor e Sensação” e “Adjetivo Feminino”, além das revistas
“Puñado 7” e “A Zica #6”. A galeria e editora itinerante Desapê teve como novidade o livro de artista Dardo Firme de Ivonne Villamil e Ivar Rocha. Por fim, a Danielian Galeria apresentou o livro “Manuel Messias – Do Tamanho do Brasil” em uma conversa com Rafael Peixoto no espaço do Iguatemi dedicado a conversas ao longo da feira.
Diogo Barros é curador, arte educador e crítico, formado em História da Arte, Crítica e Curadoria pela PUC SP.
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