Victor Brecheret nasceu em 15 de dezembro de 1894 na cidade de Farnese, na Itália. Desde pequeno teve contato com a técnica de escultura com o barro, que queimava de forma despretensiosa em um forno comum em casa. Sua biografia diz que um fato determinante para o artista decidir se tornar um escultor foi encontrar uma revista sobre a obra de Auguste Rodin, o icônico escultor francês.
O legado da vida e obra do artista é hoje responsabilidade do Instituto Victor Brecheret (IVB), que foi fundado em 1999 pela família deste que é um dos maiores nomes da escultura produzida no Brasil. O instituto, que promove pesquisas, cursos e uma série de projetos relacionados a Brecheret, comemora neste ano um dos maiores feitos da carreira do escultor: receber o primeiro Prêmio Nacional de Escultura na primeira edição da Bienal de São Paulo.
A Bienal de São Paulo teve sua primeira edição no ano de 1951, promovida pelo empresário Francisco Matarazzo Sobrinho (1892-1977) e organizada pelo MAM SP na esplanada do Trianon, local onde hoje encontra-se o MASP, na Avenida Paulista. As primeiras edições da Bienal tinham um sistema de representações nacionais, pela quais diversos países apresentavam seus artistas em destaque.
Os artistas participantes das edições concorriam a prêmios em diversas categorias, algumas divididas em linguagens como pintura e escultura, por exemplo, e outras nos âmbitos nacional e internacional.
Entre as premiações da edição de 1951, havia o Prêmio Nacional de Escultura, e teve como vencedor Victor Brecheret, que já havia marcado história ao participar da Semana de Arte Moderna de 1922 com 12 esculturas, dentre as quais o IVB destaca: “Soror Dolorosa”, “Vitória”, “Ídolo” e “Cabeça de Cristo”.
70 anos depois, com uma ampla gama de atividades, a 34a edição da Bienal de São Paulo está em atividade desde 2020, e finalmente chega ao seu ponto máximo neste mês de setembro com a abertura de sua exposição principal no Pavilhão Ciccillo Matarazzo do Parque Ibirapuera. Segundo a Fundação Bienal, o histórico da maior mostra de arte contemporânea do hemisfério sul inclui 33 edições, 140 países, 11.500 artistas ou coletivos, mais de 70 mil obras e 8,5 milhões de visitantes.
Daisy Piccinini, curadora do Instituto Victor Brecheret, ressalta a importância de relembrarmos a obra do artista atualmente:
“No momento em que se festejam os 70 anos da I Bienal de S. Paulo, convém destacar que este evento, inaugurado em 20 de outubro de 1951, foi muito significativo no mundo das artes plásticas, na época em que somente existia a Bienal de Veneza, criada no fim do Século XIX. Revisitar a história de Brecheret e sua premiação nesta Bienal é ressaltar a atualidade de sua obra em compasso com o contexto do mundo de hoje, que vive a decolonização”.
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Fontes
Enciclopédia Itaú Cultural
BIENAL Internacional de São Paulo. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo905/bienal-internacional-de-sao-paulo. Acesso em: 30 de agosto de 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
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